sábado, 11 de outubro de 2008

Eu: Mas pra onde você sai? Fim de semana, tal...?
Ser Humano: Por que, isso é um convite?
Eu: Oi?
Ser Humano: Porque se for, eu aceito.
Eu: Hã?
Ser Humano: Sábado à noite tá bom pra você?
Eu: Hein?

Ô meudeus, ô meupai.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Os dois estão convencidos de
que foi um sentimento súbito o que os juntou.
É bela uma certeza como essa,
Mas é mais bela a incerteza.

Acham que por não se terem conhecido antes
nunca houve nada entre eles.
E o que diriam as ruas, escadas, corredores,
Onde há muito podiam se cruzar?

Queria perguntar-lhes
Se não se lembram -
Na porta giratória talvez
Um dia cara a cara?
Em meio à multidão um 'com licença'?
No telefone a voz - engano?
- mas conheço sua resposta.
Não, não se lembram.

Ficariam surpreendidos de saber
Que já faz tempo
O acaso brincava com eles.

Não preparado ainda
a transformar-se para eles num destino,
aproximava-se e os afastava,
cortava-lhes o caminho
e, abafando a gargalhada,
saltava para o lado.

Houve sinais, signos, só que ilegíveis.
Talvez há três anos atrás
ou na terça-feira passada
certa folha voou
de um ombro para o outro?

Houve maçanetas e campainhas,
em que antes
já o toque se punha no toque.
As malas lado a lado no depósito de bagagem.
Talvez, numa certa noite, o mesmo sonho
Apagado imediatamente depois de acordar.

Pois cada princípio
é apenas uma continuação,
e o livro de eventos
sempre aberto no meio.

Wisława Szymborska


Lembra quando falamos disso? Encontros do acaso perdidos no espaço, sem nem imaginar o que havia por vir...
Tudo há de ser como é. Não, não falo de destino. Mas de momento, as coisas acontecem no seu melhor momento!