domingo, 30 de março de 2008

"Vinha trazendo no coração uma mágoa antiga que só fazia doer. Não sabia o que fazer com ela. E como apertava... E como doía... Ficava ela ali no canto esquerdo, bem quieta. Dava os ares de sua graça nas horas mais impensáveis. E como manchava... E como mexia... Pulava no peito como bola desgovernada que desce a ladeira sem olhar para os lados. Queria esquecê-la. Queria traí-la. Trancá-la lá fora sem pena da chuva. Deixando-a molhar como pano de porta, que sem borda aos poucos se encharca. Queria poder juntá-la com as mãos e com desespero de marujo perdido, arrancá-la para fora do barco. Deixá-la à deriva em companhia das ondas. Ela que se salvasse. Que se afogasse lentamente na imensidão fria dos mares. De longe eu acenaria, lamentando por não ter feito isso há mais tempo. Feliz por ter extirpado todo o tumor."

Alice ventura

quarta-feira, 26 de março de 2008

É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

sábado, 15 de março de 2008

Fleumática

Eu estava ali, quieta no meu canto. Bastava não me incomodar. Já tinha avisado, pô não me enche!
Não adiantou. Beleza!
Me chamou de fleumática depois da discussão. Devia ter sido mais direto: FLEUMÁTICO Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso, introvertido, desmotivado.