"Compreendi que a vida não é uma sonata que, para realizar sua beleza, tem que ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e de amor justifica a vida inteira."
Rubem Alves
É só achismo e nada mais que isso. Levar a sério pode causar gastrite e mau-humor...
sábado, 22 de dezembro de 2007
Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
sábado, 29 de setembro de 2007
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Ao tédio I
Resisto. Me mexo impacientemente nas cadeiras de plástico, enrolo a ponta do cabelo no dedo indicador da mão esquerda. E não adianta: estou virando uma figura caótica. Tenho evitado os espelhos e as reflexões. Surpreendo-me no meio do dia, espremida em roupas estreitas e cansada dessa noite mal-dormida. Completamente perdida. Nunca sei exatamente o que estou fazendo e não consigo ver um palmo adiante. Nada. O mundo se esforça. Abre-se em possibilidades fabulosas, caleidoscópio vivo. It’s not enough.
O encanto murcha rápido demais. Basta um toque tudo se dissolve. Plim! Basta um toque. Ou sou eu que me canso rápido demais? 8:01 am de todo o dia estou contemplando a minha insignificância diante do mar. Fecha aspas.
Inspirado em Mariele
O encanto murcha rápido demais. Basta um toque tudo se dissolve. Plim! Basta um toque. Ou sou eu que me canso rápido demais? 8:01 am de todo o dia estou contemplando a minha insignificância diante do mar. Fecha aspas.
Inspirado em Mariele
terça-feira, 18 de setembro de 2007
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Não gostava
do estilo mutante,da cabeça confusa, dos amores secretos, do humor variado, da risada alta, das palavras sinceras demais, dos sentimentos escondidos, dos momentos de timidez exagerada, do futuro incerto, do modo não cativante.
terça-feira, 26 de junho de 2007
Sem Prozac
Origami
Nhoc-Nhoc
Inhumi
Ptolomeu
Furúnculo
Splash-splash
Conosco
Tom-Tom
Ornitorrinco
Snorkels
Squãrtle
Psyduck
Caju
Alíquota
Ostrogodo
Bizonho
Sapeca
Molenga
Minduim
Pearl-Harbor
Turtle
Cuturno
Chup-chups
Estronho
Canjica
Tóin óin óin
Birigüi
Araraquara
Tchonga
Pedubó
Goiaba
Pum!
Shrek
Déficit
Superávit
Tosco
Plâncton
Lâmbda
Paspalho
Kuririm
Kakaroto
Xisto Betuminoso
Tungstênio
Estrôncio
Nécton
Benton
FENASOFT
Própolis
Gosma
Nhaca
Granola
Musgos
Circunflexo
Autoclava
Ayatolá Khomeini
Bula
Sinagoga
Yasser Arafat
Panetone
Pilsen
Vacúolo Pulsátil
Durex
Xerox
Cutícula
Trofoblasto
Flanboyant
Profilaxia
Bifurcação
Box
Anaxágoras
Bigorna
Bracelete
Pingente
Solubilidade
Caqui
Torrone
Trezeguet
Pupunha
Briot Ruffini
LeBoeuf
Thierry Henry
Didier Drogba
Texugos
Apinéia
Escafandro
Filarmônica
Pablo
Balaústre
Churume
Fascículo
Obina
Churumelas
Flerte
Soberbo
Maçaneta
Gôndola
Elma chips
Citoplasma
Emancipação
Hector bonilla
Espiridião amim
Óleo
Polaina
Eritoblastose Fetal
Concomitantemente
Clérico
Notocorda
Bertioga
Azaléia
Cheddar McMelt
Clarabóia
Lasanha à bolognesa
Bagatela
Tirolesa
Salamandra
Velotrol
Indexação
Chanceler
Pomada
Fronha
Lanolina
Lusco-fusco
Iglu
Caibro
Abajur
Foca
Alameda
Lia Luft
Epaminondas
Espinafre
Pleura
Chomsky
Catacrese
Paganini
Baden Powel
Disquete
Cimenticola Quartzolite
Candelabro
Megazord
Pop-up
Corticóide
Aracy Balabanian
Estreito de Gibraltar
Orégano
Adiposo
Encrenca
Florbela Espanca
Shopenhauer
Slobodan Milosevic
Pescoço
Maracutáia
L'aqua di Fiori
Pluma
Ginko Biloba
organolépticas
Tropicália
Tomara
Salmonela
Bagatela
Caçula
Ben Affleck
Dócil
Lantejoula
Leguminosas
Estratagema
Cardápio
Alfajor
Estocolmo
Bilíngüe
Mogno
Renata Sorrah
Stepan Nercessian
Gianfrancesco Guarnieri
Johann Sebastian Bach
Scarlett Johanson
Sergei Eisenstein
Bela Bartok
Anita Malfati
Sepulveda Pertence
Adib Jatene
Fiódor Dostoiévsk
Tolstói
Bob Sinclair
Sandra Annenberg
Guido Mantega
Whoopi Goldberg
Condoleeza Rice
Kiefer Sutherland
Schistosoma mansoni
Cálculos Truffaut
Dicotiledônea
Bico de Bunsen
MonDragon
Abonanzieri
Bovespa
Dow-Jones
Layout
Sacripanta
Mastodonte
Miosina
Loxosceles
Manganês
Merenda
Tireóide
Gineceu
Degradê
Blasè
Estroma
Merengue
Escandinavo
Hematose
Esfregaço
Lagartixa
Firula
Fonema
frutífero
Falange
Falangeta
Birosca
Bandana
Bureta
Piracema
Epístola
Episcopal
Espasmo
Ctenóforo
Chinchila
Fungicida
Esclerênquima
Pleonasmo
Peroxissomo
placenta
Acetona
Interstício
Sinciciotrofoblasto
Famigerado
Ônix
Vuco-vuco
Vênula
Vinícola
Oligoqueta
Esporângio
Cissiparidade
Chanfradura
Sinta-se bem com as Palavras Terapêuticas.
Nhoc-Nhoc
Inhumi
Ptolomeu
Furúnculo
Splash-splash
Conosco
Tom-Tom
Ornitorrinco
Snorkels
Squãrtle
Psyduck
Caju
Alíquota
Ostrogodo
Bizonho
Sapeca
Molenga
Minduim
Pearl-Harbor
Turtle
Cuturno
Chup-chups
Estronho
Canjica
Tóin óin óin
Birigüi
Araraquara
Tchonga
Pedubó
Goiaba
Pum!
Shrek
Déficit
Superávit
Tosco
Plâncton
Lâmbda
Paspalho
Kuririm
Kakaroto
Xisto Betuminoso
Tungstênio
Estrôncio
Nécton
Benton
FENASOFT
Própolis
Gosma
Nhaca
Granola
Musgos
Circunflexo
Autoclava
Ayatolá Khomeini
Bula
Sinagoga
Yasser Arafat
Panetone
Pilsen
Vacúolo Pulsátil
Durex
Xerox
Cutícula
Trofoblasto
Flanboyant
Profilaxia
Bifurcação
Box
Anaxágoras
Bigorna
Bracelete
Pingente
Solubilidade
Caqui
Torrone
Trezeguet
Pupunha
Briot Ruffini
LeBoeuf
Thierry Henry
Didier Drogba
Texugos
Apinéia
Escafandro
Filarmônica
Pablo
Balaústre
Churume
Fascículo
Obina
Churumelas
Flerte
Soberbo
Maçaneta
Gôndola
Elma chips
Citoplasma
Emancipação
Hector bonilla
Espiridião amim
Óleo
Polaina
Eritoblastose Fetal
Concomitantemente
Clérico
Notocorda
Bertioga
Azaléia
Cheddar McMelt
Clarabóia
Lasanha à bolognesa
Bagatela
Tirolesa
Salamandra
Velotrol
Indexação
Chanceler
Pomada
Fronha
Lanolina
Lusco-fusco
Iglu
Caibro
Abajur
Foca
Alameda
Lia Luft
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Espinafre
Pleura
Chomsky
Catacrese
Paganini
Baden Powel
Disquete
Cimenticola Quartzolite
Candelabro
Megazord
Pop-up
Corticóide
Aracy Balabanian
Estreito de Gibraltar
Orégano
Adiposo
Encrenca
Florbela Espanca
Shopenhauer
Slobodan Milosevic
Pescoço
Maracutáia
L'aqua di Fiori
Pluma
Ginko Biloba
organolépticas
Tropicália
Tomara
Salmonela
Bagatela
Caçula
Ben Affleck
Dócil
Lantejoula
Leguminosas
Estratagema
Cardápio
Alfajor
Estocolmo
Bilíngüe
Mogno
Renata Sorrah
Stepan Nercessian
Gianfrancesco Guarnieri
Johann Sebastian Bach
Scarlett Johanson
Sergei Eisenstein
Bela Bartok
Anita Malfati
Sepulveda Pertence
Adib Jatene
Fiódor Dostoiévsk
Tolstói
Bob Sinclair
Sandra Annenberg
Guido Mantega
Whoopi Goldberg
Condoleeza Rice
Kiefer Sutherland
Schistosoma mansoni
Cálculos Truffaut
Dicotiledônea
Bico de Bunsen
MonDragon
Abonanzieri
Bovespa
Dow-Jones
Layout
Sacripanta
Mastodonte
Miosina
Loxosceles
Manganês
Merenda
Tireóide
Gineceu
Degradê
Blasè
Estroma
Merengue
Escandinavo
Hematose
Esfregaço
Lagartixa
Firula
Fonema
frutífero
Falange
Falangeta
Birosca
Bandana
Bureta
Piracema
Epístola
Episcopal
Espasmo
Ctenóforo
Chinchila
Fungicida
Esclerênquima
Pleonasmo
Peroxissomo
placenta
Acetona
Interstício
Sinciciotrofoblasto
Famigerado
Ônix
Vuco-vuco
Vênula
Vinícola
Oligoqueta
Esporângio
Cissiparidade
Chanfradura
Sinta-se bem com as Palavras Terapêuticas.
domingo, 24 de junho de 2007
domingo, 17 de junho de 2007
Presta atenção
É mágoa, vou dizendo de antemão.
Se eu encontrar com você
tô com três pedras na mão...
Se eu encontrar com você
tô com três pedras na mão...
sábado, 9 de junho de 2007
Noturno
O relógio costura, meticulosamente, quilômetros e quilômetros do silêncio noturno.
De vez em quando, os velhos armários, estalam como ossos.
Na ilha do pátio, o cachorro, ladrando.
(É a lua.)
E, à lembrança da lua, Lili arregala os olhos no escuro.
Mario Quintana, 1948.
De vez em quando, os velhos armários, estalam como ossos.
Na ilha do pátio, o cachorro, ladrando.
(É a lua.)
E, à lembrança da lua, Lili arregala os olhos no escuro.
Mario Quintana, 1948.
sábado, 12 de maio de 2007
Morte Vida Severina
O retirante explica ao leitor quem é e a que vai
- O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.[...]
Eu não sei porque, mas gosto dessa passagem do livro Morte Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto
- O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.[...]
Eu não sei porque, mas gosto dessa passagem do livro Morte Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto
sábado, 21 de abril de 2007
Outono
É quando eu vejo os mais lindos fins de tarde.
Em casa, deitada na rede a visão é a mais surpreendente. Todas as cores se misturam, se combinam, se transformam em outras, colorem o céu. Fixam meus olhos nelas.O sol já enfraquecido é o elemento principal para esse efeito multicolorido.
A luz que não esquenta mais nessa estação, me faz puxar uma manta gostosa, daquelas bem aconchegantes.
Em casa, deitada na rede a visão é a mais surpreendente. Todas as cores se misturam, se combinam, se transformam em outras, colorem o céu. Fixam meus olhos nelas.O sol já enfraquecido é o elemento principal para esse efeito multicolorido.
A luz que não esquenta mais nessa estação, me faz puxar uma manta gostosa, daquelas bem aconchegantes.
domingo, 18 de março de 2007
terça-feira, 6 de março de 2007
Indiferente
Hoje eu acordei, me olhei no espelho, e o que eu vi foi indiferente.
Ontem eu me olhei e me vi.
Hoje, hoje eu não enxerguei nada.
Não me suportei naquele espelho.
Tentei olhar de novo, só sentia aquela sensação de que o outro lado me olhava firme e sugava...
Sugava tudo de bom que eu podia oferecer.
Me deixou assim vazia, tentando me preencher com canções e poemas.
Ontem eu me olhei e me vi.
Hoje, hoje eu não enxerguei nada.
Não me suportei naquele espelho.
Tentei olhar de novo, só sentia aquela sensação de que o outro lado me olhava firme e sugava...
Sugava tudo de bom que eu podia oferecer.
Me deixou assim vazia, tentando me preencher com canções e poemas.
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