Aproximei-me tão mansamente
como deve acontecer,
apesar da dificuldade
em fazer as coisas assim
sutilmente.
Quase não fui percebida
de tão constrangida e temerosa.
Tratei de esmaecer meu tom de rosa
e só insunuar
em vez de convencer.
Não foi proveitoso manter
essa imagem tão pequena
e aí me rebelei:
foi então que escrevi,
compus
e me indispus
com os ditames da lei;
aquela que diz
que pra ser feliz
é preciso ser ralo e difuso
e qualquer abuso
lhe amassa o nariz.
Perdi o juízo.
Calçada de verão, 1989: p.89
Flora Figueiredo me desnudou parte da alma nestes melodiosos versos.
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