sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"A toda hora rola uma história
Que é preciso estar atento
A todo instante
Rola um movimento
Que muda o rumo dos ventos."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Não é babela

Sabe aquela história de a gente só se sentir completamente feliz quando todos que amamos também estiverem assim como você? isso não é balela!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Não tenho nada a declarar sobre esse assunto.
Não o via há quase 2 anos.
Só posso dizer que ele...
Não, não tenho nada a comentar.
Boa tarde."

sábado, 11 de outubro de 2008

Eu: Mas pra onde você sai? Fim de semana, tal...?
Ser Humano: Por que, isso é um convite?
Eu: Oi?
Ser Humano: Porque se for, eu aceito.
Eu: Hã?
Ser Humano: Sábado à noite tá bom pra você?
Eu: Hein?

Ô meudeus, ô meupai.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Os dois estão convencidos de
que foi um sentimento súbito o que os juntou.
É bela uma certeza como essa,
Mas é mais bela a incerteza.

Acham que por não se terem conhecido antes
nunca houve nada entre eles.
E o que diriam as ruas, escadas, corredores,
Onde há muito podiam se cruzar?

Queria perguntar-lhes
Se não se lembram -
Na porta giratória talvez
Um dia cara a cara?
Em meio à multidão um 'com licença'?
No telefone a voz - engano?
- mas conheço sua resposta.
Não, não se lembram.

Ficariam surpreendidos de saber
Que já faz tempo
O acaso brincava com eles.

Não preparado ainda
a transformar-se para eles num destino,
aproximava-se e os afastava,
cortava-lhes o caminho
e, abafando a gargalhada,
saltava para o lado.

Houve sinais, signos, só que ilegíveis.
Talvez há três anos atrás
ou na terça-feira passada
certa folha voou
de um ombro para o outro?

Houve maçanetas e campainhas,
em que antes
já o toque se punha no toque.
As malas lado a lado no depósito de bagagem.
Talvez, numa certa noite, o mesmo sonho
Apagado imediatamente depois de acordar.

Pois cada princípio
é apenas uma continuação,
e o livro de eventos
sempre aberto no meio.

Wisława Szymborska


Lembra quando falamos disso? Encontros do acaso perdidos no espaço, sem nem imaginar o que havia por vir...
Tudo há de ser como é. Não, não falo de destino. Mas de momento, as coisas acontecem no seu melhor momento!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Vocabulário

Ora bolas, meu amigo, o tempo passa
E a gente acaba ficando para trás.
As expressões do tempo do onça estão caindo.
Hoje ninguém mais arrebenta a boca do balão.

Macacos me mordam, até pouco tempo atrás
Todos eram serelepes e escreviam tudo tinindo.
Pelas barbas do profeta, é o fim da picada,
Hoje nada mais é supimpa como antes.

Se não visse com meus próprios olhos, não acreditava,
Mas hoje ouço cada coisa estapafúrdia que nem imagina.
Um colosso de gente falando dialetos estranhos.
Acho que vou tirar minhas barbas de molho.

Tenho saudades de mil novecentos e guaraná de rolha.
Dizem que é a tal da globalização que fez isso.
Vamos fugir para onde Judas perdeu as botas,
E lá ainda vamos ser o ó do borogodó.

Por obséquio, gostaria de falar só mais uma coisa:
Vai ser batata, você vai ver, e eu também quero ver
O que vai acontecer com nosso vocabulário agora.
Sem chorumelas, bacana, só podemos morrer de rir.

Davi Drummond
Pintassilgo - Poemas e Poesias - 2006

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Considerações

Aproximei-me tão mansamente
como deve acontecer,
apesar da dificuldade
em fazer as coisas assim
sutilmente.
Quase não fui percebida
de tão constrangida e temerosa.
Tratei de esmaecer meu tom de rosa
e só insunuar
em vez de convencer.
Não foi proveitoso manter
essa imagem tão pequena
e aí me rebelei:
foi então que escrevi,
compus
e me indispus
com os ditames da lei;
aquela que diz
que pra ser feliz
é preciso ser ralo e difuso
e qualquer abuso
lhe amassa o nariz.
Perdi o juízo.


Calçada de verão, 1989: p.89
Flora Figueiredo me desnudou parte da alma nestes melodiosos versos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

" Estou sozinha se penso que tu existes.
Não tenho dados de ti, nem tenho tua vizinhança..
E igualmente sozinha se tu não existes
De que me adiantam poemas ou narrativas
Buscando aquilo que se não é, não existe
Ou se existe, então se esconde
Em sumidouros e nomenclaturas
naquelas não evidências da matemática pura?
É preciso conhecer com precisão para amar?
Não te conheço
Só sei que fico afastada de uns fios de conhecimento, se não tento
Estou sozinha, meu Deus, se te penso..."

Hilda Hilst, em Poemas malditos, gozozos e devotos

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.


João Guimarães Rosa

sábado, 6 de setembro de 2008

Enrolei

Enganei e fui embora
Dói agora.
Pulsa aqui o ácido
ciúme líquido que corrói
jorrando no músculo cardíaco flácido
Sístole
Diástole
alternam-se tortuosamente também
com a corrosiva contração

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Porra, gastaram toda a alegria sem cautela.
As coisas começaram a mudar bruscamente, ou eu mudei demais. É o cansaço que o corpo sente mesmo estando disposto, as mãos fracas e a cabeça constantemente em queda.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Olhos fechados, dorso da mão esquerda sobre a testa. É esse silêncio que me mata.
Depois da terceira noite de insônia, eram seis da manhã, quando arregalei os olhos e me dei conta do único remédio, você.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Faz muito tempo que eu não escrevo nada,
Acho que foi porque a TV ficou ligada

sábado, 5 de julho de 2008

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.

Roteiro do Silêncio, 1959. Sonetos que não são - I

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Pessoas são músicas!

Você já percebeu? Elas entram na vida da gente e é preciso estar atento para ouvir. Têm a sonoridade do vento ao final da tarde...
Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir que há uma melodia brilhando no disco do olhar. Procure escutar.
Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, compreendidas, interpretadas.
Para poderem vibrar com todas as notas e cumprir, afinal, todo o sentido que a elas foi dado pelo compositor. Pessoas são músicas.
Está ouvindo?

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Toda sexta deveria ser Sexta-feira da Paixão. Todas as frutas, como o maracujá, deveriam ser frutas da paixão - exceto as maçãs, que deveriam ser todas do amor.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ela acorda e procura cores. Mas sai de casa descolorida.

domingo, 1 de junho de 2008

I wish I could say no regrets,
And no emotional debts,
Cause as we kiss goodbye the sun sets.
So we are history,
Your shadow covers me,
The sky above a blaze that only lovers see.

Versos em outra língua parecem amenizar a verdade

sexta-feira, 30 de maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Existe algo magnifico em mim,
independente do que acontecerá,
posso ser o que eu pensar.

domingo, 11 de maio de 2008

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.(...)
(...)Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : Fui eu ?

PESSOA, Fernando.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Como gostaria de ser alguém corajosa o suficiente para fazer uma escolha sem ser denominada certa ou errada.
Apenas uma escolha que tirasse essa dor do meu peito.
Mas não... declaro-me então uma covarde

domingo, 4 de maio de 2008

Ninguém mais lê hoje em dia
Apesar de tudo eu escrevo.

sábado, 26 de abril de 2008

Estou angustiado. Pensando
nas estações, como passam,
como eu passo, a minha própria juventude, a
doçura sazonada da minha vida; escoada…

Leroi Jones, em Antologia da novíssima poesia norte americana.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quando minha
veia poética estourou
ela virou pra mim
e disse: ah, deixa sangrar

BEHR, Nicolas

domingo, 20 de abril de 2008

Tem períodos em que a vida se torna intolerável. É como não ver propósito em nada. Acordar e roboticamente fazer o que se faz todos os dias, até a comunicação é automática.
Lá dentro é solitário. Subvive um outro mundo preso, triste, que espera uma oportunidade de vir a tona e respirar. Mas eu não sou solitária não, tenho muitos amigos, e se eu tô triste hoje é porque estou cansada.
Não há mérito nos meus atos, não há futuro em concluir o que faço hoje. Minha condição é de espectadora, há alguém vivendo esta vida que eu não quero pra mim, assim desta forma não!
Não posso escolher, a liberdade de escolha eu tenho, mas as condições que foram a mim impostas não permitem. Espero pela hora de entrar em cena, assumir o papel que reservei pra mim.
O sonho vai ficar adormecido nestes anos que vou jogar no lixo!

domingo, 13 de abril de 2008

Porque eu odeio domingo?

Porque eles são como os segundos que antecedem uma explosão. Uma tranquilidade assustadora.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lado B

É compreensível que em certos momentos sentimos repúdio de nós mesmos, porém considero não aceitável querer estar na pele do outro. Se você não está na melhor fase não se deixe levar pela ilusão de que a galinha do vizinho é mais gorda.
Quando em uma discussão dizemos ter razão, é porque nossa ideia é a melhor, somos o melhor. Por que só nessa hora temos essa sensação?
Tente projetar esse sentimento em outros momentos, olhe no espelho e goste do que veja. Eu sei que falo de algo bem batido, o amor próprio... mas não é bonito?!
Nos tornamos belos por fora por algo que vem de dentro. Somos únicos e temos prazeres singulares, ninguém nos conhece tão bem quando nós. As coisas que temos de ruim só nós sabemos onde estão. Devemos escondê-los!
Mostre seu lado B, aquilo que você gosta e queria que o mundo soubesse; Exiba-se, compartilhe a sua sabedoria, aquilo que aprendeu. Não tenha vergonha.Liberte-se das amarras sociais!

domingo, 30 de março de 2008

"Vinha trazendo no coração uma mágoa antiga que só fazia doer. Não sabia o que fazer com ela. E como apertava... E como doía... Ficava ela ali no canto esquerdo, bem quieta. Dava os ares de sua graça nas horas mais impensáveis. E como manchava... E como mexia... Pulava no peito como bola desgovernada que desce a ladeira sem olhar para os lados. Queria esquecê-la. Queria traí-la. Trancá-la lá fora sem pena da chuva. Deixando-a molhar como pano de porta, que sem borda aos poucos se encharca. Queria poder juntá-la com as mãos e com desespero de marujo perdido, arrancá-la para fora do barco. Deixá-la à deriva em companhia das ondas. Ela que se salvasse. Que se afogasse lentamente na imensidão fria dos mares. De longe eu acenaria, lamentando por não ter feito isso há mais tempo. Feliz por ter extirpado todo o tumor."

Alice ventura

quarta-feira, 26 de março de 2008

É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

sábado, 15 de março de 2008

Fleumática

Eu estava ali, quieta no meu canto. Bastava não me incomodar. Já tinha avisado, pô não me enche!
Não adiantou. Beleza!
Me chamou de fleumática depois da discussão. Devia ter sido mais direto: FLEUMÁTICO Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso, introvertido, desmotivado.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Et maintenant, José ?

La fête est finie,
la lumière aussi,
la foule est partie,
la nuit a fraîchi,
et maintenant, José ?
et maintenant, et toi ?
toi que es sans nom,
qui te moques d'autrui,
que fais de la poésie,
qui aimes, qui te récries ?
et maintenant, José ?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

6,6 bilhões

A população mundial é o número total de humanos vivos no planeta Terra a um dado momento. No início de 2007, esse valor atingiu 6,6 bilhões de pessoas. De acordo com projecções populacionais, este valor continua a crescer a um ritmo sem precedentes antes do século XX. Entretanto, a taxa de crescimento vem caindo desde que os índices de crescimento atingiram seu auge em 1963. Nossa população está em explosão demográfica desde a Revolução Industrial que começou na Inglaterra no século XVII.

... e eu tô sempre querendo uma só.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Escolhas

É um mistério a forma como as coisas sucedem. Não dá pra prever o que vai vir daqui a 1 minuto. Você pode estar sentado aqui agora lendo e de repente o telefone toca e tem que sair para uma emergência; pode até ser melhor, alguém te convidou pra tomar um sorvete! Mas se o telefone não toca você escolhe em continuar aqui,ou dar um volta... Mas quem pode garantir que não vai te dar uma vontade repentina de sair por aí berrando pelado pela rua?
Sem esquecer das consequências, é claro, que atormentam a gente. Depois que algo acontece sempre fica aquele "E se eu tivesse...."
Tudo seria diferente.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem sempre novos erros para cometer.